domingo, 1 de setembro de 2013

Novo formato do Criança Esperança empolga, mas não alavanca arrecadação

O Criança Esperança se espalhou pela grade global. Aos moldes do que o SBT faz com o Teleton, porém sem abrir mão de suas novelas e telejornais, a Globo adaptou sua grade por todo o sábado para mobilizar doações ao projeto. Não funcionou muito. Mesmo com toda a visibilidade, bons números em audiência, repercussão acima da média e apelos de centenas de famosos, a campanha chegou na noite com "apenas" 10 milhões de reais arrecadados. A última edição do Teleton havia conquistado 13 milhões antes mesmo da entrada de Silvio Santos no palco e consequentemente da "tropa de cheque". Ou seja, o pequeno público do SBT vai mais ao telefone do que os diversos "pontos" que se ligam na Globo. E isso não é pelo 0500 12345 05 ser mais fácil de memorizar do que o 0500 2013 007, mas por todo o contexto que diferencia as atrações, apesar da lógica de pedidos parecer idêntica.

Uma apresentadora, uma jornalista e um ator: todos os núcleos globais representados

O Criança Esperança simplesmente apoia projetos. Ou seja, alguns podem ser bancados integralmente por ele e outros receberem parcelas pífias dos valores doados. Esses critérios não são bem definidos. Assim como não há uma clareza sobre a distribuição geográfica das quantias. A edição 2013 mostrou em diversos momentos um mapa que indicava quanto cada estado havia doado, mas não há a garantia de uma proporção na hora da escolha das instituições. 

O projeto global ainda se apoia na figura de Renato Aragão, o Didi, que foi injustamente escanteado nesse ano e quase que ignorado por Fernanda Lima, Lázaro Ramos e Patrícia Poeta em sua rápida aparição. Mesmo sendo o eterno trapalhão, o humorista não tem o mesmo peso de Silvio Santos, que faz com que as doações disparem sempre que discursa em prol da AACD. Aliás, AACD que sempre demonstra um objetivo claro ao começo de cada Teleton. Seja a construção de um novo hospital, seja a diminuição da fila de espera de uma determinada cirurgia, a causa do ano é sempre bem esclarecida.

Ou seja, o "problema" do Criança Esperança não é na composição como atração de TV, já que as edições especiais de Bom Dia Brasil, Mais Você, Bem Estar e Encontro com Fátima Bernardes alavancaram os índices habituais das manhãs e até o próprio show subiu os números em relação ao marcado pelo Zorra Total. A rotatividade de apresentadores e o elenco estrelado dão conta de entreter o público. Mas a Globo precisa saber também o emocionar caso queira aproveitar todo o potencial possível. Falar com o povo não indica necessariamente proximidade com ele. 

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